sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sem tanto

A minha cabeça anda a mil com muitas ideias, vontades, anseios, ilusões e algumas decepções.

Sou da geração que o tempo não para, que temos que fazer tudo ao mesmo tempo, que o tempo passa tão rápido... É uma baita pressão de todos os lado!

Tamanha confusão desta libriana, ás vezes quer azul pensando que o vermelho ficará melhor, e assim, vai seguindo todas as indecisões do mundo neste ser tão cheio de encanações.

Sei que sou confusa e desligada, mas também sei o quanto sou preocupada e dedicada, porém ainda não consegui achar o meu ponto de equilíbrio e chegar ao 36.

E com todas as coisas, sentimentos e outras parafernálias, deixo logo abaixo o trecho que já li, reli e continuo buscando maiores explicações.

Penso, logo ExistoDe há muito tinha notado que, pelo que respeita à conduta, é necessário algumas vezes seguir como indubitáveis opiniões que sabemos serem muito incertas, (...). Mas, agora que resolvera dedicar-me apenas à descoberta da verdade, pensei que era necessário proceder exactamente ao contrário, e rejeitar, como absolutamente falso, tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida, a fim de ver se, após isso, não ficaria qualquer coisa nas minhas opiniões que fosse inteiramente indubitável. 
Assim, porque os nossos sentidos nos enganam algumas vezes, eu quis supor que nada há que seja tal como eles o fazem imaginar. E porque há homens que se enganam ao raciocinar, até nos mais simples temas de geometria, e neles cometem paralogismos, rejeitei como falsas, visto estar sujeito a enganar-me como qualquer outro, todas as razões de que até então me servira nas demonstrações. Finalmente, considerando que os pensamentos que temos quando acordados nos podem ocorrer também quando dormimos, sem que neste caso nenhum seja verdadeiro, resolvi supor que tudo o que até então encontrara acolhimento no meu espírito não era mais verdadeiro que as ilusões dos meus sonhos. Mas, logo em seguida, notei que, enquanto assim queria pensar que tudo era falso, eu, que assim o pensava, necessáriamente era alguma coisa. E notando esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes para a abalar, julguei que a podia aceitar, sem escrúpulo, para primeiro princípio da filosofia que procurava. 

René Descartes, in 'Discurso do Método'